A Grama
Lá estava eu correndo ao lado de um muro, como se fosse um muro de uma prisão, não sabia em qual lado estava, se dentro ou fora, mas mesmo assim continuava correndo sem direção, era como se algo me perseguisse, sentia uma aflição enorme me parecia que nunca saia do mesmo lugar.
Olhei para trás e não havia nada por perto, não sabia o porquê de estar correndo, parei, sentei-me na grama verde, e comecei a pensar um pouco, logo me veio novamente uma sensação de que eu deveria sair daquele lugar imediatamente, comecei a correr outra vez, a aflição aumentava, sons apareciam na minha cabeça, cada vez mais alto, não sabia o que fazer, cai com minha face ao chão, permaneci deitado com as mãos em minha orelhas querendo evitar o barulho, mais quanto mais eu apertava mais alto ele ficava.
Abri meus olhos e vi as pontinhas do cimento mal acabadas no muro, me levantei e sem barulho algum em minha cabeça comecei a andar calmamente, me acomodei àquela situação, tudo havia se estabilizado, meus ânimos, minha cabeça e até meu coração acalmou. Mas após algum tempo, sem mesmo perceber, voltei a correr...
O som começou novamente e muito mais alto, e meu coração batia como se fosse um motor. A única coisa que permanecia calma era a grama, com o vento forte ela balançava suas pontas verdes de forma suave, e eu, mesmo assim ainda a maltratava com meus passos de ansiedade...