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Chove ? Nenhuma chuva cai... Onde é que é triste, ó claro céu ? Eu quero sorrir-te, e não posso, Ó céu azul, chamar-te meu... É constante em meu pensamento. Meu ser é a invisível curva Traçada pelo som do vento... Como se a hora me estorvasse, Eu sofro... E a luz e a sua alegria Cai aos meus pés como um disfarce. Há sempre escuro dentro de mim. Se escuro, alguém dentro de mim ouve A chuva, como a voz de um fim... Tons do poente segredam nas arcadas... Um espasmo apagado em ódio à ânsia Põe dias de ilhas vistas do convés E a cor do outono é um funeral de apelos Pela estrada da minha dissonância... Fernando Pessoa |
A cerveja na mesa do computador já não é mais tão normal. O som também já não é o mesmo. A vontade de ir no banheiro é forte. Produto do que consumo. Ao menos dejetos sei que faço. Me consumo aos poucos na fumaça. Sonho lúcido, estupidez, mas todos falham. As coisas sempre mudam, não adianta fugir da mudança. Ela te pega mesmo no cotidiano. A cerveja na mesa já não é a mesma. Nem a mesa é a mesma. Agora é a mesa do computador. Ainda buscando o que não posso encontrar.
Buscando a mim mesmo sem poder me olhar. Se me olho é no espelho, mas não entendo o que vejo. Sei que sou algo de um centro e não so de carne e osso. Compreendo tudo e todos, e vejo todos sonhos. E meu sonho é grandioso. O que falar deste centro, se compreendo sei que erro. Sei que e centro, nao compreendo. A garrafa ficou vazia, e o som mudou denovo...