Chove ? Nenhuma chuva cai... Onde é que é triste, ó claro céu ? Eu quero sorrir-te, e não posso, Ó céu azul, chamar-te meu... É constante em meu pensamento. Meu ser é a invisível curva Traçada pelo som do vento... Como se a hora me estorvasse, Eu sofro... E a luz e a sua alegria Cai aos meus pés como um disfarce. Há sempre escuro dentro de mim. Se escuro, alguém dentro de mim ouve A chuva, como a voz de um fim... Tons do poente segredam nas arcadas... Um espasmo apagado em ódio à ânsia Põe dias de ilhas vistas do convés E a cor do outono é um funeral de apelos Pela estrada da minha dissonância... Fernando Pessoa |
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Chove? Nenhuma chuva cai...
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