sábado, 26 de setembro de 2009

Filmes para o vestibular na FAP (2010).

Dogville - 2003 - Lars von Trier. (Que os/as senhores/as podem encontrar em sua locadora mais proxima.)

Terra em Transe - 1967 - Glauber Rocha. (Torrent)

Terra Estrangeira - 1996 - Walter Salles. (Torrent)

Santiago - 2007 - João Moreira Salles. (Torrent)

Ladrões de Bicicleta - 1948 -Vittorio De Sica. (Torrent)  /  (Legenda)

Hiroshima Mon'Amour - 1959 - Allan Resnais. (Torrent)  /  (Legenda)


Ai esta.... Have Fun...

sábado, 12 de setembro de 2009

Trilogia Zé do Caixão.

Dando crédito ao post do nosso amigo Joaquim. Salve Mojica. Vai ai:
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1963 - A meia noite levarei sua alma
1966 - Esta noite encarnarei no Teu cadáver.
1967 - O estranho mundo de Zé do Caixão.
Torrent <-----
Mininova* (Funcional)
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Os dois primeiros filmes fazem parte da trilogia  que terminou em 2008 com "Encarnação do Demônio". Vale muito a pena, se falta espaço no HD baixa o torrent e depois escolhe qualquer um dos filmes, os três estão no mesmo torrent para download. Enjoy.
 

Keep it Real.

Quantas pessoas hoje em dia ainda acreditam em um pós-morte?
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Todas essas pessoas vivem em algum tipo ficção interna. A realidade em si, a vida que é o mais importante, passa despercebida entre momentos de êxtase e dor. A alma individual, em que se acredita, é fruto do imaginário, não passa de personalidade adquirida pela matéria. Os espíritos, vultos, vozes e qualquer outro tipo de manifestação "sobrenatural" não passa de instigação e reação cerebral interna de algum sujeito perturbado.
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Em 1963 José Mojica lançou o filme "A meia noite levarei sua alma". Nos anos 60, trabalhava instigando o imaginário da população brasileira com seu personagem Zé do Caixão. Sempre se teve preconceito aos filmes de José Mojica, mas Mojica sempre foi realista, que brinca com extremos e faz pensar. "Cinema Trash é cinema de baixo custo e não bizarro."
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Creio que, entre os anos que seguiram a segunda guerra mundial até inicio dos anos 70, foi quando o Brasil mais produziu culturalmente. O pais regrediu, ao invés de cultura para o povo temos cerca 188.498 igrejas evangélicas registradas. E as pessoas não compreendem nada da história e nem do presente. Claro nós que possuimos internet, sempre tivemos boa escola, e como disse um professor meu "danoninho na geladeira", temos uma bagagem cultural um pouco maior. Mas mesmo quem estudou em escola particular ainda tem dificuldade de compreensão básica. Tenho amigos que fazem medicina e conversam comigo que ainda não acreditam na evolução das espécies. Mesmo Darwin sendo cultuado no planeta inteiro, e sua tese ja ter sido comprovada, as pessoas ainda vivem no imaginário. E o pior, até estudantes de medicina...

Salve, salve ao Brasil da ignorância.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Faces (1968) - John Cassavetes (1929/1989)

Cassavetes é cineasta estadunidense, reconhecido por produzir seus filmes a baixo custo e de forma independente. O filme Faces mostra um casal burgues em crise. A relação sexo e dinheiro fica bem explicita na estoria. Salve Cassavetes...

Enjoy...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Isaac Asimov (1920/1992)

Ecritor e bioquímico estadunidense, nasceu na Rússia.
Autor de obras de ficção científica e divulgação científica

Leis roboticas de Isaac Asimov :

1ª lei: Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª lei: Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens conflitarem a Primeira Lei.
3ª lei: Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda Leis.

Vai ai um conto: 

"Amor Verdadeiro"

Meu nome é Joe. É assim que meu colega, Milton Davidson, me chama. Ele é um programador e eu sou um programa de computador. Faço parte do complexo Multivac e estou conectado com todas as suas outras partes espalhadas pelo mundo inteiro. Eu sei tudo. Quase tudo.

Eu sou o programa particular de Milton. O seu Joe. Ele entende mais sobre programação do que qualquer outra pessoa no mundo, e eu sou o seu modelo experimental. Ele me fez falar melhor do que qualquer outro computador.

- È só uma questão de emparelhar sons com símbolos, Joe – ele me disse. – E esse o modo como funciona no cérebro humano, embora ainda não saibamos que símbolos existem no cérebro. Mas eu conheço os seus símbolos e posso fazê-los corresponder a palavras, um por um.

Por isso eu falo. Não acho que falo tão bem quanto penso, mas Milton diz que falo muito bem. Milton nunca se casou, embora já tenha quase quarenta anos. Ele nunca encontrou a mulher certa, foi o que me contou. Um dia, ele disse:

- Ainda vou encontrá-la, Joe. Encontrarei a melhor de todas. Vou ter um verdadeiro amor e você vai me ajudar. Estou cansado de aperfeiçoá-lo para resolver os problemas do mundo. Resolva o meu problema. Encontre-me um amor verdadeiro.

- O que é um amor verdadeiro? – disse eu.

- Não importa. Isso é abstrato. Apenas me encontre a garota ideal. Você está conectado com o complexo Multivac, por conseguinte tem acesso aos bancos de dados de cada ser humano no mundo. Vamos eliminar todos eles por grupos e classes até ficarmos com apenas uma pessoa. A pessoa perfeita. E ela será minha.

- Estou pronto – disse eu.

- Elimine todos os homens primeiro – disse ele.

Isto foi fácil. Suas palavras ativaram símbolos em minhas válvulas moleculares. Eu pude amplificar-me para entrar em contato com os dados acumulados sobre cada ser humano no mundo. Conforme suas palavras, afastei-me de 3.784.982.874 homens. Continuei em contato com 3.786.112.090 mulheres.

- Elimine todas as que tiverem menos de vinte e cinco anos – disse ele – e todas as com mais de quarenta. Depois, elimine todas com um QI inferior a 120, todas com uma altura inferior a um metro e cinqüenta e superior a um metro e setenta e cinco.

Deu-me medidas exatas, eliminou mulheres com filhos vivos, eliminou mulheres com várias características genéticas.

- Não estou certo quanto à cor dos olhos – disse Milton. – Por enquanto, deixe isso de lado. Mas nada de cabelos ruivos. Não gosto dessa cor de cabelo.

Duas semanas depois tínhamos baixado para 235 mulheres. Todas falavam muito bem o inglês. Milton disse que não queria um problema de linguagem. Ou nos momentos íntimos, até a tradução por computador entraria no meio.

- Não posso entrevistar 235 mulheres – disse ele. – Levaria muito tempo e o pessoal descobriria o que estou fazendo.

- Isso traria problemas – disse eu. Milton tinha me mandado fazer coisas que eu não estava projetado para fazer. Ninguém sabia disso.

- Isso não é da sua conta – disse ele, e a pele do seu rosto ficou vermelha. – Escute aqui, Joe, vou lhe trazer holografias e você vai checar a lista por similaridades.

Ele trouxe holografias de mulheres.

- Essas aí são três vencedoras de um concurso de beleza – disse. – Veja se alguma das 235 corresponde.

Oito eram correspondências muito boas.

- Ótimo – disse Milton. – Você tem os seus bancos de dados. Estude suas exigências e necessidades em termos de mercado de trabalho e providencie para tê-las aqui numa entrevista. Uma de cada vez, é claro. – Ele pensou um pouco, moveu os ombros para cima e para baixo, e completou: – Ordem alfabética.

Isto é uma das coisas para que não fui projetado para fazer. Deslocar pessoas de emprego para emprego, por razões pessoais, chama-se manipulação. Só pude fazer isso porque Milton tinha me ajustado para agir assim. No entanto, não poderia fazer isso para ninguém a não ser ele.

A primeira garota chegou uma semana mais tarde. O rosto de Milton ficou vermelho quando a viu. Ele falava como se tivesse dificuldade em fazê-lo. Ficaram juntos muito tempo e ele não prestou atenção em mim. Num certo momento, ele disse-.

- Deixe-me levá-la para jantar.

- De certo modo não foi bom – Milton me disse no dia seguinte. – Estava faltando alguma coisa. É uma mulher bonita, mas não senti nenhum toque de verdadeiro amor. Tente a próxima.

Aconteceu o mesmo com todas as oito. Eram muito parecidas. Sorriam muito e tinham vozes agradáveis, mas Milton sempre achava que não estava bem.

- Não consigo entender, Joe – disse ele. – Você e eu selecionamos as oito mulheres que, no mundo inteiro, parecem ser as melhores para mim. Todas ideais. Por que elas não me agradam?

- Você as agrada? – disse eu.

Ele enrugou a testa e esmurrou com força a palma da mão.

- É isso aí, Joe. É uma via de mão dupla. Se não sou o ideal delas, não podem agir de modo a serem o meu ideal. Eu preciso ser, também, o verdadeiro amor delas, mas como fazer isso?

Ele pareceu pensar todo aquele dia.

Na manhã seguinte, se aproximou de mim e disse:

- Vou deixar você cuidar do assunto, Joe. Tudo por sua conta. Você tem meu banco de dados, e vou contar tudo que sei sobre mim mesmo. Você completará meu banco de dados nos mínimos detalhes, mas guarde todos os acréscimos para si mesmo.

- E depois, o que vou fazer com seu banco de dados, Milton?

- Depois você vai fazê-lo corresponder com as 235 mulheres. Não, 227. Esqueça as oito que encontramos. Arranje para que cada uma seja submetida a um exame psiquiátrico. Complete seus bancos de dados e compare-os com o meu. Encontre correlações. (Arranjar exames psiquiátricos é outra coisa contrária às minhas instruções originais.)

Durante semanas, Milton conversou comigo. Ele me falou de seus pais e parentes. Contou-me de sua infância, seu tempo de escola e adolescência. Contou-me das jovens que tinha admirado a uma certa distância. Seu banco de dados aumentou e ele ajustou-me para ampliar e aprofundar minha chave simbólica.

- Veja só, Joe – disse ele. – À medida que você absorve mais e mais de mim, eu vou ajustando-o para corresponder cada vez melhor comigo. Você começa a pensar cada vez mais como eu, por conseguinte, vai me compreendendo melhor. Quando você me compreender suficientemente bem, aquela mulher, cujo banco de dados for uma coisa que você entenda igualmente bem, será meu verdadeiro amor.

Ele continuava conversando comigo e eu passava a compreendê-lo cada vez mais.

Eu conseguia formar frases mais longas e minhas expressões se tornavam mais complicadas. Minha fala começou a ficar muito parecida com a dele, tanto em vocabulário quanto na ordenação das palavras e no estilo.

Certa vez, eu disse a ele:

- Veja você, Milton, não é apenas um problema de adequar uma moça a um ideal físico. Você precisa de uma moça que seja pessoal, temperamental e emocionaimente adequada. Quando isso acontece, a aparência é secundária. Se não pudermos encontrar uma que sirva nestas 227, devemos procurar entre as outras. Acharemos uma que também não se preocupará com a aparência que você ou qualquer outra pessoa tiverem, desde que a personalidade seja adequada. O que significa a aparência?

- Absolutamente nada – disse ele. – Eu saberia disso se houvesse tido mais contato com mulheres. Evidentemente, pensando bem, tudo parece mais claro agora.

Sempre concordávamos, cada um pensava exatamente como o outro.

- Não vamos ter mais nenhum problema, Milton, se você me deixar fazer-lhe algumas perguntas. Posso ver onde, em seu banco de dados, há espaços brancos e irregulares.

O que veio a seguir, Milton dizia, era o equivalente de uma meticulosa psicanálise. É claro. Eu havia aprendido com os exames psiquiátricos de 227 mulheres, a totalidade das quais eu continuava observando intimamente.

Milton parecia muito feliz.

- Falar com você, Joe, é quase como falar com outro eu. Nossas personalidades chegaram a uma combinação perfeita. O mesmo acontecerá com a personalidade da mulher que escolhermos.

E eu a encontrei. Afinal, era uma das 227. Chamava-se Charity Jones e trabalhava como contadora na Biblioteca de História, em Wichita. Seu extenso banco de dados se ajustava perfeitamente ao nosso. Todas as outras mulheres tinham sido descartadas por um ou outro motivo à medida que seus bancos de dados aumentavam, mas com Charity havia uma crescente e espantosa ressonância.

Não precisei descrevê-la para Milton. Ele tinha coordenado meu simbolismo tão intimamente com o seu, que foi suficiente relatar pura e simplesmente a ressonância. A escolha se adequava.

Em seguida, era o problema de ajustar as folhas de serviço e exigências de trabalho de modo a conseguir que Charity tivesse uma entrevista conosco. Isto devia ser feito muito delicadamente, para que ninguém viesse a saber que estava ocorrendo uma coisa ilegal.

Evidentemente, Milton conhecia a manobra. Foi ele quem arranjou a coisa, foi ele quem cuidou de tudo. Quando vieram prendê-lo, em virtude de mau procedimento em trabalho, foi, felizmente, por algo que tinha acontecido há dez anos. Ele me informara sobre tudo, é claro, mas aquilo foi fácil de arranjar. E ele não comentará nada sobre mim, pois seu delito se tornaria muito mais grave.

Milton foi embora, e amanhã é 14 de fevereiro, Dia dos Namorados. Charity chegará então com suas mãos calmas e sua voz suave. Vou ensiná-la a me manejar e a cuidar de mim. O que importará a aparência quando nossas personalidades ressoarem juntas?

Eu direi a ela:

- Eu sou Joe e você é meu verdadeiro amor.

Isaac Asimov
Publicado originalmente no livro Nós, Robôs, Hemus Editora

Salve Isaac...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Anseio* (Augusto dos Anjos)

Nessas paragens desoladas, onde
O silêncio campeia soberano
Morreram notas do bulício humano,
Nem vibra a corda que a saudade esconde.

Anseios d'alma aqui se perdem. Donde
Fluiu outrora a luz dum doce engano,
Hoje é trevas, é dor, é desengano,
E eu ergo preces que ninguém responde.

Triste criança virginal, quem dera
Voar est'alma a ti, longe dos laços
Dessa jaula de carne que a encarcera!

Ah! Que unidos assim, lá nos espaços,
Cantarias do amor a primavera,
Tendo a minh'alma presa nos teus braços!



Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, 1884 / 1914, poeta brasileiro.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Caché (2005)

Georges (Daniel Ateuil) é um intelectual frances casado com Anne (Juliette Binoche). O casal começa a receber pelo correio fitas de video. Nestas fitas sempre se tem gravado a frente da casa onde o casal mora, seguida de desenhos com riscos de sangue. Os dois começam a se perturbar com as fitas. Até que Georges se lembra de sua infancia... O filme retrata uma nova sociedade francesa e aborta temas psicologicos como a culpa.
Bom proveito...
*

domingo, 6 de setembro de 2009

As Metamorfoses da Paisagem

Eric Rohmer - Les Metamorphoses du paysage (1964)

Torrent <--------
*legenda no torrent. 


Eric Rhomer diretor da Nouvelle Vague francesa.
As metamorfoses da paisagem é um documentário de 23 min, que retrata as modificaçoes da paisagem pós-industrial. O que era materia prima se transforma em grandes estruturas metálicas. Enormes formas geometricas se misturam com a paisagem campestre...

O arquivo: 283MB.

Oscar Wild

Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde (Dublin - 1854 / Paris - 1900).

O Mestre.

Quando as trevas começaram a cair sobre a Terra, José de Arimatéia acendeu uma tocha de pinheiro e desceu da colina para o vale. Tinha o que fazer em casa. E ajoelhando-se sobre as pedras do vale da Desolação, viu um jovem que estava nu e chorava. Seus cabelos eram da cor do mel e seu corpo tão branco como uma flor. Mas ferira o corpo nos espinhos e sobre os cabelos pusera cinzas, à guisa de coroa.
E José, que possuía grandes virtudes, disse ao jovem que se encontrava nu e chorava:
- Não me admira que o teu sentimento seja tão grande, porque, realmente, Ele foi um homem justo.
E o jovem respondeu:
- Não é por Ele que eu choro, mas por mim mesmo. Eu também mudei a água em vinho, curei o leproso e restituía a vista ao cego. Andei sobre as águas e das profundezas dos sepulcros expulsei demônios. Alimentei os famintos no deserto, onde não havia comida; ergui os mortos dos leitos exíguos e à minha ordem, diante de imensa multidão, uma figueira seca novamente frutificou. Tudo que esse homem realizou eu também realizei e, todavia, não me crucificaram.

...

O Díscipulo.

Quando Narciso morreu, a taça de água doce que era o lago dos seus prazeres converteu-se em taça de lágrimas amargas e as Oréadas vieram carpindo pelos bosques a fim de cantar para ele, consolando-o.
E quando perceberam que o lago se transmudara de taça de água doce noutra de lágrimas amargas, desgrenharam as tranças verdes do seus cabelos e disseram:
- Não nos admiramos de que pranteeis Narciso dessa maneira. Ele era tão belo!
- Narciso era belo? – indagou o lago.
- Quem sabe melhor do que vós? – responderam as Oréadas. Ao cortejar-vos, ele nos desprezava, debruçado às vossas margens mirando-vos, e, no espelho de vossas águas, contemplava a própria beleza.
E o lago retrucou:
- Eu amava Narciso porque, quando ele se debruçava sobre as minhas margens para contemplar-me, eu via sempre refletir-se no espelho dos seus olhos a minha própria beleza.

...

Autor de 'O retrato de Dorian Grey', seu unico romance, também publicou contos, novelas, escreveu dramas para o teatro e até escreveu poesias. Além de grande escritor é fundador do 'esteticismo, ou dandismo, que defendia, a partir de fundamentos históricos, o belo como antídoto para os horrores da sociedade industrial, sendo ele mesmo um dandi.'. (Wikipédia)

Salve Dandi.